A tecnologia na construção pode ser definida como o estudo e aplicação de técnicas, métodos e ferramentas utilizadas na indústria da construção civil.
Como esse segmento pertence ao ramo da engenharia, é natural que seja bastante influenciado por invenções e inovações tecnológicas.
Inclusive, essas novidades viabilizaram e continuam gerando progressos na construção.
Fruto da quarta revolução industrial, o uso de tecnologia na construção civil é capaz de elevar a produtividade e competitividade do setor.
Ela chega até a estrutura das edificações, repensando os materiais e processos empregados.
De acordo com estudos, desde o início do século 21, empresas desse setor enfrentam um momento de transição, evidenciado por consumidores mais exigentes, maior concorrência e descrédito de organizações.
Nesse cenário, as instituições necessitam priorizar a melhoria na qualidade das edificações, racionalização (modernização) de processos e na inovação, que leva ao desenvolvimento de novos produtos.
Os investimentos em tecnologia na construção
Investir em tecnologia na construção é essencial para esses três quesitos, pois viabiliza o desenvolvimento e emprego de materiais e processos modernos e inovadores.
Como destacamos acima, as tecnologias têm o potencial de transformar cada segmento de um projeto de construção.
Nas etapas de planejamento e execução, explicamos os benefícios de se utilizar o BIM, forma de modelagem que simplifica o gerenciamento dos projetos.
Dentro dessa plataforma, é possível criar o digital twins, primeiro exemplo que vamos citar agora.
Digital Twins
Conhecer o comportamento de materiais e possíveis falhas em uma construção, antes mesmo que o projeto saia do papel. Isso já é possível, graças aos gêmeos digitais.
Desenvolvidos no ambiente do processo de modelagem BIM, o digital twins correspondem a representações virtuais de itens reais, sendo criados a partir dos dados desse objeto ou sistema.
Uma de suas grandes vantagens é que esses dados podem ser inspirados em padrões similares para simular o desempenho de uma edificação que está sendo planejada.
Com base em informações de outras construções parecidas, arquitetos, engenheiros e técnicos podem prever e avaliar as funcionalidades da estrutura, adaptando planta, materiais e processos para obter o máximo de eficiência.
Impressão 3D
Em fevereiro de 2020, um prédio construído em Dubai chamou a atenção do mundo.
Com dois andares, a edificação é a maior já feita com impressora 3D, gerando uma economia de US$ 400 mil em mão de obra, já que foi necessário contar com apenas três funcionários no canteiro.
Paredes e teto foram impressos por meio de prototipagem rápida e, em seguida, movidos por um guindaste para erguer o edifício, que tem 640 metros quadrados de área e 9,5 metros de altura.
Com exceção das fundações, o prédio foi construído com uma mistura de compostos reciclados, cimento e gesso.
Bioconcreto
Dentre os materiais capazes de revolucionar as edificações, cabe destacar o bioconcreto.
Também conhecido como concreto inteligente ou concreto vivo, o item foi pensado como solução para as rachaduras, comuns depois de algum tempo de uso.
Questionado sobre a possibilidade de utilizar bactérias que consertassem o concreto, o professor Henk Jonkers, da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, iniciou pesquisas a respeito, em 2006.
Três anos mais tarde, Jonkers e sua equipe apresentaram o bioconcreto, que consiste em uma mistura bastante parecida com o material convencional, porém, com agentes de cura.
Esses elementos são bactérias que ficam adormecidas junto a uma fonte de alimento (lactato de cálcio), dentro de uma cápsula de plástico biodegradável.
Quando o concreto sofre infiltrações, a água que entra por rachadura desperta esses microrganismos, que se alimentam com o lactato e produzem calcário, preenchendo os buracos no concreto.